Dicas terapêuticas
PÉ - Diga-me onde dói e eu te direi porquê...
'O pé
É o nosso ponto de apoio sobre o solo, a parte na qual nosso
todo o nosso corpo repousa e confia quando se trata de mudanças, de movimentos.
É ele que nos permite “crescer”, e, por conseguinte, avançar, mas pode também
bloquear nosso suportes, e por conseguinte manter firmemente as nossas
posições. Logo, o pé representa o mundo das posições, a extremidade manifestada
da nossa relação com o mundo exterior. Ele simboliza as nossas atitudes, as
nossas posições declaradas e reconhecidas, o nosso papel oficial. Não devemos
colocar o pé na porta para bloqueá-la. Ele representa os nossos critérios
quanto à vida, até mesmo nossos ideais. Trata-se da chave simbólica dos nossos
suportes “relacionais”, o que explica a importância do ritual de lavagem dos
pés em todas as tradições. Tal coisa purificava nossa relação com o mundo, até
mesmo com o divino. Enfim, é um símbolo de liberdade, pois possibilita o
movimento, Aliás, não é por acaso que os pés das meninas eram enfaixados na
China. Sob o pretexto de uma significação erótica e estética, na verdade isso
permitia que a mulher ficasse fechada, aprisionada num mundo relacional de
dependência diante do homem, limitando seu potencial de mobilidade. Aliás, o
mesmo fenômeno existe nas nossas sociedades ocidentais em que as mulheres
“deviam’ usar salto agulha para corresponder a um determinado esquema. Como que
por acaso, foi possível constatar que a altura dos saltos dos sapatos diminuía
proporcionalmente à “liberdade” sucessiva das mulheres. Hoje em dia, mais e
mais mulheres, sobretudo as gerações mais jovens, só usam salto baixo. (...)
Os dedos dos pés
Representam as terminações “finas” desses pontos de apoio.
Eles são os “detalhes”, o “acabamento” desses pontos e, assim, as terminações
das nossas posições, os detalhes das nossas crenças ou as pontuações das nossas
atitudes relacionais. Cada dedo representa, por sua vez, um detalhe particular,
um modo ou uma fase específica que decodificamos graças ao meridiano energético
que termina ou começa no dedo em questão. Enquanto elemento periférico e de
acabamento da relação, ele permite que o indivíduo se sirva dele como se fosse
um meio de feedback, de retroação. Graças a cada um dos pés e aos pontos
energéticos que se encontram nas extremidades deles, o indivíduo pode estimular
ou eliminar, consciente ou inconsciente, porém eficazmente, as tensões eventuais
que ali se encontrem. Assim sendo, os dedos dos pés são, como os das mãos, ao
mesmo tempo os lugares e os meios que favorecem múltiplos pequenos atos
“falhos” cotidianos, que nos parecem ocasionais e sem significação. Porém, na
realidade, nunca é por acaso que queimamos, esmagamos ou torcemos tal ou qual
dedo do pé. Trata-se de um processo “leve”, porém claro, de uma busca de
expressão e/ ou eliminação de uma tensão relacional. Esse processo pode existir
porque o ponto energético que se encontra na extremidade de cada um dos dedos
dos pés se chama “ponto fonte” ou “ponto da Primavera”, é o ponto do
renascimento potencial da energia, graças à qual uma nova dinâmica pode
aparecer ou através da qual a antiga pode se “recarregar” e mudar de
polaridade.
Os males dos dedos dos pés
Vou fazer aqui uma simples representação da significação
global de cada um dos dedos dos pés e dos sofrimentos que vão ser expressos.
Para compreender mais detalhadamente toda a dinâmica que está por trás disso,
basta se referir, nesta obra, à parte que diz respeito ao meridiano energético
exato que atinge o dedo em questão e ao qual ele imprime sua dinâmica geral. Se
a tensão se manifestar num dedo do pé direito, estará relacionada à simbólica
Yin (materna); num dedo do pé esquerdo, à simbólica Yang (paterna).
O dedo grande do pé (o “polegar” do pé)
É o único dedo do pé em que começam dois meridianos
energéticos: o do Baço e Pâncreas e o do Fígado. É o dedo de base de nosso
suporte relacional, do que nós somos. É isso que, durante a menopausa (perda da
fecundidade, logo, do valor feminino) frequentemente testemunhamos o
desenvolvimento de uma deformação desse dedo do pé que se chama Hallus valgus.
Os traumatismos ou as tensões nesses dedos significam que sentimos uma tensão
equivalente na nossa relação com o mundo, seja no plano material (parte interna
do pé) ou no plano afetivo (parte externa do pé).
O segundo dedo do pé (o “indicador” do pé)
É o dedo em que se encontra o meridiano do Estômago, ou
seja, aquele que gera a nossa relação com a matéria, a nossa digestão dessa
matéria. As bolhas, os joanetes, males ou traumatismos nesse dedo vão nos falar
da nossa dificuldade para gerara certas situações materiais ou profissionais.
O terceiro dedo do pé (o dedo “médio” do pé)
Não há meridiano orgânico nesse dedo do pé mas ele tem uma
certa relação “indireta” com o Triplo Aquecedor. Logo, é o dedo do pé central,
aquele do equilíbrio e da coerência das nossas atitudes relacionais. Os males
desse dedo significam então que temos dificuldade para equilibrar as nossas
relações, especialmente no que diz respeito ao futuro. O medo de seguir
adiante, e de uma forma justa, pode ser expresso por esse dedo.
O quarto dedo do pé (o “anular” do pé)
É o dedo do pé em que se encontra o meridiano da Vesícula
Biliar. Ele representa os detalhes das nossas relações com o mundo, no sentido
do justo e do injusto, da busca pela perfeição. A presença de tensões, cãibras
ou sofrimentos nesse dedo significa que vivemos uma situação relacional difícil
quanto ao que é justo ou injusto. Trata-se de uma relação que não nos satisfaz
no que diz respeito às condições e à qualidade dessas condições.
O dedo pequeno do pé (o dedo “minimo” do pé)
O dedo pequeno do pé é o dedo no qual termina o meridiano da
Bexiga. É o meridiano da eliminação dos líquidos orgânicos e das “memórias
antigas”. Quando batemos com esse dedo, o que é extremamente doloroso,
procuramos eliminar memórias antigas ou esquemas relacionais antigos.
Provavelmente estamos tentando mudar hábitos antigos, modos de relação com o
mundo e com o outro que não nos satisfazem mais. Através do traumatismo e do
sofrimento (corpo, ferida, entorse, etc.), estimulamos nossas energias para
facilitar essa eliminação dos modos antigos a fim de substituí-los por outros.’
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